As alterações musculoesqueléticas, como, por exemplo, dores lombares, tendinites, artrite reumatoide e síndrome do túnel cárpico, são condições comuns que afectam a mobilidade e a qualidade de vida de milhares de pessoas em Portugal. Para além de causarem desconforto físico, essas patologias podem comprometer actividades simples do dia a dia, como vestir-se, cozinhar ou trabalhar. É aqui que a Terapia Ocupacional tem um papel fundamental. A Terapia Ocupacional nas alterações musculoesqueléticas é realizada por profissionais de saúde especializados em auxiliar as pessoas a retomar a sua independência e funcionalidade.
O que são alterações musculoesqueléticas?
As alterações musculoesqueléticas são condições que afectam os músculos, ossos, articulações, ligamentos bem como tendões. Estas podem ser causadas por factores como:
- Movimentos repetitivos;
- Posições inadequadas durante actividades;
- Acidentes ou traumatismos;
- Envelhecimento;
- Doenças crónicas como osteoartrite ou fibromialgia.
Os principais sintomas incluem, por exemplo, dor, inflamação, rigidez e limitação de movimento, afetando a capacidade de realizar tarefas quotidianas.
O papel do terapeuta ocupacional na relação das pessoas com as alterações musculoesqueléticas
O terapeuta ocupacional trabalha de forma centrada na pessoa, avaliando as suas dificuldades e capacidades, propondo soluções personalizadas de modo a melhorar a funcionalidade.
Eis alguns exemplos de áreas fundamentais da sua intervenção:
1. Avaliação funcional e ambiental
O terapeuta inicia com uma análise detalhada das necessidades do utente, considerando sobretudo:
- As tarefas que a pessoa não consegue realizar ou realiza com dificuldade;
- Os contextos em que estas tarefas ocorrem (casa, trabalho, lazer);
- Barreiras ambientais que estejam a dificultar a execução das actividades.
2. Promoção da independência nas actividades diárias
A utilização de estratégias como adaptações nos utensílios ou nos ambientes permite ao utente retomar acima de tudo actividades essenciais como:
- Alimentação;
- Higiene pessoal;
- Vestuário;
- Actividades de trabalho ou estudo.
Por exemplo, podem ser sugeridos utensílios ergonómicos, apoios para as mãos ou utensílios de cabo longo, dependendo da necessidade.
3. Treino de técnicas de conservação de energia e gestão da dor
Para pessoas com dores crónicas ou fadiga, os terapeutas ensinam técnicas para gerir melhor a energia e reduzir o esforço, como por exemplo:
- Dividir tarefas em várias fases;
- Alternar momentos de actividade com descanso;
- Utilizar produtos de apoio para evitar esforços e movimentos desnecessários.
4. Exercícios terapêuticos
Com foco na mobilidade e na força, a terapia ocupacional nas alterações musculoesqueléticas pode propor exercícios personalizados que ajudam por exemplo a:
- Melhorar a amplitude de movimento;
- Fortalecer grupos musculares enfraquecidos;
- Reduzir a rigidez articular.
5. Adaptação do local de trabalho
Para utentes activos profissionalmente, é frequente as alterações musculoesqueléticas dificultarem por exemplo o desempenho laboral. A intervenção pode incluir:
- Ajustes na estação de trabalho (como altura da cadeira e posicionamento do computador);
- Sugestões de pausas frequentes e alongamentos;
- Formação em boas práticas posturais.
6. Educação e prevenção
A educação do utente é essencial para prevenir futuras complicações. Por isso, o Terapeuta Ocupacional ensina:
- Posturas adequadas para evitar sobrecarga;
- Técnicas de movimentação de objetos com segurança;
- A importância de pausas regulares durante actividades repetitivas.
Benefícios da intervenção do Terapeuta Ocupacional nas alterações musculoesqueléticas
A intervenção do Terapeuta Ocupacional tem um impacto direto na melhoria da qualidade de vida das pessoas com alterações musculoesqueléticas. Entre os principais benefícios destacam-se:
- Redução da dor e do desconforto;
- Recuperação ou manutenção da independência;
- Prevenção de complicações futuras;
- Melhoria na auto-estima e no bem-estar emocional;
- Maior capacidade e segurança na execução das tarefas diárias.
Conclusão
As alterações musculoesqueléticas podem ser desafiantes, mas a intervenção da terapia ocupacional nas alterações musculoesqueléticas oferece soluções práticas e eficazes para auxiliar os utentes a superarem estas dificuldades. Portanto, se sofre de dores ou limitações musculoesqueléticas, não hesite em procurar um T.O. Este profissional pode ser o aliado que precisa para recuperar a sua autonomia e qualidade de vida.