Como a Terapia Ocupacional aborda a Interocepção?

O que é a interocepção?

A interocepção é a capacidade que o nosso corpo tem de perceber sensações internas. Este sentido envolve a percepção de processos fisiológicos internos, como batimentos cardíacos, respiração, fome, sede, temperatura corporal e até mesmo estados emocionais. Embora menos conhecido do que os outros sentidos, como a visão ou a audição, a interocepção desempenha um papel crucial na forma como interagimos com o mundo ao nosso redor e nos sentimos no dia-a-dia.

A importância da Interocepção

A interocepção é fundamental para a regulação emocional e para o bem-estar geral. Ela ajuda-nos a entender sinais internos que indicam, por exemplo, que estamos com fome ou sede, que precisamos descansar ou que estamos ansiosos. Uma boa percepção interoceptiva está relacionada a uma maior capacidade de autorregulação, tomada de decisões informada ou resiliência emocional. Mas, quando a interocepção está prejudicada, pode levar a dificuldades em identificar e responder adequadamente às emoções e necessidades do próprio corpo.

Interocepção na Terapia Ocupacional

Os terapeutas ocupacionais utilizam a interocepção como uma ferramenta importante nas suas práticas, pois, através da terapia ocupacional, pessoas de todas as idades podem desenvolver uma melhor compreensão e resposta às suas experiências interoceptivas, o que pode ser especialmente benéfico para pessoas com transtornos de processamento sensorial, autismo, ansiedade, depressão, entre outros.

Como a Terapia Ocupacional aborda a Interocepção?

  1. Avaliação Interoceptiva: os terapeutas ocupacionais começam com uma avaliação abrangente para entender como a pessoa percebe e responde às suas sensações internas. Isso pode, por exemplo, incluir a identificação de áreas onde o indivíduo pode estar desconectado das sensações do seu corpo ou em que há reações exageradas a estímulos internos.
  2. Educação e Consciência Corporal: ensinar os clientes sobre interocepção e como diferentes sensações podem estar ligadas a estados emocionais ou necessidades físicas. Por meio de actividades de consciencialização corporal, a pessoa aprende a prestar atenção aos sinais do corpo e a interpretá-los corretamente.
  3. Exercícios de Autorregulação: são frequentemente utilizadas técnicas de respiração, mindfulness e exercícios de relaxamento para ajudar a pessoa a melhorar a conexão mente-corpo. Essas práticas ajudam a aumentar a consciência das sensações internas e a regular a resposta a elas.
  4. Estratégias de Intervenção Personalizadas: dependendo das necessidades individuais, os terapeutas ocupacionais criam estratégias personalizadas que podem incluir rotinas diárias que incorporam momentos de verificação interoceptiva, exercícios físicos específicos ou o uso de tecnologias assistivas para melhorar a percepção interoceptiva.
  5. Integração Sensorial: para crianças e adultos com dificuldades de processamento sensorial, a terapia ocupacional pode incluir atividades que ajudam a integrar a interocepção com outros sentidos, promovendo uma melhor resposta adaptativa ao ambiente.

 

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