…Pode continuar a alimentar-se sozinha?
É verdade! Muitas vezes assumimos que o sobrevivente de AVC não consegue movimentar ou que tem poucos movimentos activos num dos membros superiores, sendo incapaz de alimentar-se sozinho sozinho ou necessitando sempre de ajuda.
Ter apenas um membro na sua condição normal nem sempre é impedimento para se alimentar sozinho.
Na verdade, existem algumas formas de facilitar essa actividade de modo que a pessoa se torne mais autónoma.
Quando existe algum tipo de movimento remanescente no membro superior afectado, deve-se sempre estimular a utilização desse membro na sua alimentação autónoma. Para tal, é fundamental que o membro afectado esteja em cima da mesa, lateralizado ao prato. Desse modo, pode-se recorrer a esse membro para, por exemplo, estabilizaro prato, encostando a mão ao mesmo, durante o período da alimentação.
Deve-se estimular a utilização do lado afectado, quer seja no manuseamento do talher desse lado (mesmo que seja necessária alguma adaptação no talher para facilitar a pega ou algum apoio do familiar ou cuidador), quer seja na ingestão de líquidos, segurando o copo com ambas as mãos para o levar à boca.
Alimentar-se sozinho – pratos e talheres
A adaptação do talher pode ser feita através do engrossamento do cabo (quando a pessoa não consegue fechar totalmente a mão afectada) ou pela substituição por outro talher de mais fácil utilização, como por exemplo substituir a faca por um cortador de piza utilizando o membro são (para alimentos moles), ou substituindo o garfo por uma colher.
Por vezes é aconselhável um rebordo alto que se adapta ao prato, aberto na zona da frente para permitir a recolha dos alimentos com os talheres, o que faz com que, ao colocar a comida no talher contra o rebordo, esta caia para o talher e não se espalhena mesa.
Para evitar que o prato se desloque durante a refeição, pode-se colocar um material antiderrapante por debaixo do prato ou recorrer a um prato com ventosa na base, fixando o prato à mesa.
Através destas adaptações, a pessoa que sofreu o AVC consegue ter uma alimentação mais autónoma enquanto estimula a acção do membro superior afectado, permitindo uma refeição em simultâneo com o familiar ou cuidador, trazendo maior naturalidade ao período da alimentação.
Saiba mais sobre capacitação da pessoa vítima de AVC consultando um terapeuta ocupacional, aqui.